domingo, 11 de abril de 2010

Roteiro de Leitura: Um estudo autobiográfico (Sigmund Freud, volume XX, 1925)

Um estudo autobiográfico – Capítulo 1, Volume XX, 1925.

Uma das maiores dificuldades de ler Freud é saber em qual momento de sua teoria o texto se situa. Isto porque as constantes mudanças teóricas processadas por ele nos exigem um constante olhar histórico, que o neófito leitor de psicanálise pode não estar a par. Para tanto, muitos transmissores da teoria de Freud constantemente preferem ensiná-lo cronologicamente. O propósito do seguinte texto é mostrar as origens de Freud, o background médico por trás do psicanalista. Com ele, ensejamos explicar um pouco de seu embasamento que o levou a interessar-se pela histeria, e também curiosidades de sua vida. Neste momento, que encerra a unidade introdutória do curso de Freud I, optamos igualmente por apresentar os dados do texto segundo a cronologia da vida de Sigmund Freud:

06/05/1856 – Freud nasce em Freiberg, na Morávia, (Tchecoslováquia).

1860 - Aos quatro anos, mudou-se para Viena onde recebeu toda sua educação. Confessa que seu interesse pela historia da Bíblia teve um efeito duradouro sobre orientações de seu interesse.

Atraído pelas teorias de Darwin e pelo ensaio de Goethe sobre a Natureza, Freud decide tornar-se estudante de Medicina.

1873 – Entra na universidade e afirma que se sentiu inferior e estranho por ser judeu, embora nunca compreendeu o porquê ele tinha de se sentir envergonhado de sua ascendência.

1876 a 1882 – Trabalhou no instituto de fisiologia com Ernest Brucke. Em 1881 tornou-se doutor em Medicina e em 1882 decide abandonar o laboratório de fisiologia para ingressar no Hospital Geral como assistente clínico, e pouco depois, foi promovido a médico estagiário.

Entrou para o Instituto de Anatomia Cerebral e passa a estudar as doenças nervosas. Nessa época, Freud publica grande número de observações clínicas sobre doenças orgânicas do sistema nervoso.

1885 – Freud foi nomeado conferencista de neuropatologia e nesse mesmo ano foi para Paris e tronou-se aluno na Salpetriere. Freud passa a traduzir para o alemão as conferências de Charcot, demonstrando grande interesse sobre suas investigações sobre a histeria. Realizou juntamente com Charcot um estudo comparativo das paralisias histéricas e orgânicas.
Antes de retornar a Viena passou um tempo em Berlim adquirindo e aprofundando conhecimentos sobre os distúrbios gerais da infância. Nessa época, publicou várias monografias sobre paralisias cerebrais unilaterais e bilaterais em crianças.

1886 – Casou-se e decidiu fixar-se em Viena. Estabeleceu-se como especialista em doenças nervosas. Ao apresentar um relatório na Sociedade de Medicina, Freud teve uma má recepção dos médicos e da autoridade. Ao apresentar um caso de hemianestesia histérica clássica à Sociedade foi bem recebido e aplaudido, no entanto reconhece que os outros médicos haviam perdido o interesse por ele. Freud gerou bastante polêmica ao afirmar a existência de histeria em homens.
Por conta desses fatos Freud se vê forçado a ingressar na Oposição, logo em seguida é excluído do laboratório de anatomia cerebral e durante muitos meses não teve onde pronunciar suas conferencias, o que o fez se afastar da vida acadêmica. Freud passa a trabalhar e se focar no hipnotismo. No entanto, percebe alguns obstáculos e limitações desse método.

1886 a 1891 – Realizou poucos trabalhos e publicações. Em 1889, Freud foi para Nancy, onde ficou como observador dos experimentos de Berheim com pacientes de um hospital. Já em 1891, apareceu o primeiro de seus estudos sobre as paralisias cerebrais de crianças. Nesse mesmo ano, Freud recebe um convite para colaborar em uma enciclopédia de Medicina, levando-o a investigar a teoria da afasia.

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